terça-feira, 25 de setembro de 2007

Um dia de frio

Olá, meus queridos leitores.

Saibam que durante o dia, além de rezar o terço, ocupo o tempo a mentalizar as matérias mais importantes a serem postadas. Efetivamente muitas, interessantes, acabam ficando fora deste modesto blog, porém facilmente preencheriam um livro (ilustrado). Ainda mais com a ajuda de alguns de vocês.

Ontem a lan house estava fechando e não houve tempo para postar a foto das botas. Ei-la, então. Por falar em árvores, esta da foto, além de observar a deslumbrante paisagem, presenciou a passagem dos 4158 peregrinos anteriores a mim. Os números são incertos, visto que alguns desistem e outros fazem o caminho em etapas, porém os dados foram obtidos no livro de registro do Bar da Zetti, em Crisólia, a 2km deste ponto.

Deixamos Estiva, a cidade dos morangos. Passamos horas e horas ao lado de plantações desta fruta sem ninguém nos ter oferecido uma sequer (sou andarilho, não mendigo!).
O trecho de hoje era o menor até então, porém, atravessando a Serra do Caçador. A sabedoria enxadrística me ensinou a nunca menosprezar o adversário. Mesmo sabendo que só seriam 20km, levantamos cedo, como de costume e partimos pouco depois do nascer do sol.
Após sermos bombardeados por paisagens rurais, durante dias a fio, finalmente o reencontro às imagens toscas a que estamos mais acostumados (foto). Às 8h20, com a altitude 904m S 22º 27' 48,4" W 046º01'07,4" passamos pela Rodovia Fernão Dias (elo de ligação entre São Paulo e Belo Horizonte).

Espessos cirrus stratus reduziram não só a luminosidade do dia, mas, auxiliados pela altitude entre 900 e 1200m, proporcionaram o dia mais frio da jornada. A temperatura variando entre 16 e 20ºC, e o vento de 12 nós (chegando a 15 na rajada) nos obrigou a colocar os casacos (foto) completando portanto a lista de uso dos itens trazidos.

Pela primeira vez cheguei a tempo de almoçar. Consolação, município de 1100 hab, tem lan house, mas por motivos técnicos não foi possível postar de lá a presente mensagem.
Usamos o dia para um intenso descanso.
A etapa de amanhã é de 22 ou 26km, dependendo do ânimo que estivermos na primeira parada.

Pelos prados e campinas verdejantes eu vou...

2 comentários:

Larissa disse...

Linda a foto da árvore!
Detalhe: no meio da estrada!!! O resto q se desvie, hehehe... Realmente, acho q vais sentir falta dos cenários bucólicos q presenciasses nessa jornada.
bjss e continua firme ;)

ANNA BEATRIZ SILVEIRA disse...

OI Aimar!!!

Ótimos relatos, belas fotos e não podia faltar um friozinho.
Lembre -se que a terra te oferece:
O chão seguro para teu passo feirme,
O silencioso vale onde tua messe é pródiga,
A planície calma onde apascentas o gado,
A mansa colina de teu horizonte azul,
O monte suave onde tua fonte canta.
Não tires o manto verde que te dá o oásis de tua caminhada, porque hás de te lembrar que do pó surgiste e ao pó retornarás.
Talvez por esses motivos os sábios moradores desta paradisíaca paisagem tenham permitido que uma árvore fique no meio do caminho.
Saudade.
Beijos.